quarta-feira, 24 de junho de 2015

Era uma quarta à tarde, por volta das 15:00hs ou algo assim. Peguei minha bicicleta e resolvi dar uma volta no parque aproveitando a fase atual da minha vida que comporta a disponibilidade de tempo.

Parei no farol de um destes cruzamentos entre duas grandes avenidas da cidade e logo em seguida um cara de bicicleta também parou, ao meu lado, esperando o farol ficar verde para poder ultrapassar a avenida e chegar ao parque.

Nos olhamos e apenas com o olhar fizemos um cumprimento. Não um cumprimento sem sentido, de mera educação ou formalidade, mas um cumprimento de quem entende o que significa aquela atitude: Liberdade! Ir andar de bicicleta no parque, no meio da tarde de uma quarta-feira. É uma opção. Melhor dizendo, para mim, uma verdadeira conquista.

Já vi esse olhar em outras situações: entre grávidas, entre mães com bebês recém-nascidos – sejam em seus carrinhos, no colo ou amamentando, entre babás, entre motoboys que param nos faróis enlouquecidos da cidade. É uma fração de segundo representado por um olhar de identificação, algo sutil como “não estou sozinho nessa minha decisão, em que pese a opinião contrária da sociedade e/ou as dificuldades do caminho”. É um olhar de empatia, que alimenta aquela decisão e que não requer mais nada. Às vezes vem, até, acompanhado de um sorriso, de um suspiro ou de uma careta. Mas não mais que isso.


Não à toa não trocamos sequer uma palavra, não era o caso. O Farol abriu e cada um saiu para o seu lado, para a sua vida.   

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